17 de mai. de 2009

Silêncio - por Dário Monteiro

Espelhos no deserto frio
Gélidas flores de outono
O cão parece estar no cio
E o homem de capote negro caminha na rua dos mendigos

No precipício agora caio
No meio da viagem insólita sergem-me asas de borboleta
Bebi vinho e senti o teu gosto
A calêndula tem o cheiro do teu sexo
Seus olhos brilham na escuridão do meu pensamento

Os parentes estão morrendo e o filho está chegando
Caminho com os pés da morte
Em busca de uma terra prometida
As nuvens se espalham e o sol nos queima forte

Bebi o veneno da serpente e senti o meu gosto
No cheiro forte do meu sexo transparece teu rosto
No cálice vermelho da luxúria, sinto o calor do fogo
e na boca molhada de desejo sinto-me inteiro

Todos os mistérios foram desvendados:
Te amo e me desejo!

Um comentário:

KIKO disse...

Caralho quantos faz que não lia esse poema...esse é foda!